Até pouco tempo atrás, não tínhamos perspectivas tão boas sobre o desenvolvimento do país no longo prazo como agora. Importantes iniciativas foram tomadas pelo governo para mudar o futuro ao qual o Brasil repetidamente vinha se condenando ao não enfrentar seus grandes desequilíbrios estruturais. Quem imaginaria, no início de 2016, que ao final do ano teríamos aprovada uma legislação fixando um teto para os gastos públicos? Agora existe uma trava para impedir o crescimento desordenado das despesas e consequente desequilíbrio fiscal.
Outras importantes reformas foram colocadas na mesa dos parlamentares para discussão, como a modernização das leis trabalhistas e a reforma da previdência pública. Temas que trarão debates acalorados, o que é natural. Mas o fato de estarmos tratando de dilemas definitivos para como o país será em 20 ou 30 anos é muito importante.
No entanto, para colhermos os frutos dessas mudanças precisamos sobreviver ao curto prazo e a seus desafios. Apesar de tênues sinais de recuperação – como inflação em queda e projeções de pequeno crescimento da indústria, inclusive do plástico -, a inflexão da curva econômica ainda é discreta demais.
A coragem de enfrentar as reformas estruturais precisa ser a mesma para as necessidades imediatas da economia. As empresas estão excessivamente endividadas. No concentradíssimo mercado financeiro nacional, os spreads bancários aumentaram ainda mais, estrangulando a capacidade de manter a produção quando o mercado de consumo começa a virar para positivo.
Cabe ao governo agir rapidamente. Os bancos públicos precisam liderar o processo de redução de juros e spreads ao mercado aproveitando as condições que o Banco Central criou. É preciso mais celeridade nas privatizações e Parcerias Público Privadas (PPP) para resgate da infraestrutura.
Temos que andar mais rápido!
Para os empresários, os grandes desafios de curto prazo não podem distrair das decisões estratégicas para o longo prazo. E este mês os empreendedores do setor têm a maior oportunidade desde 2015 para manterem-se atualizados, encontrar caminhos de inovação e de aumento de produtividade. A Feiplastic, feira oficial do plástico, que acontecerá de 3 a 7 de abril, é onde o setor realmente se encontra e novos negócios são fechados com clientes e fornecedores. Além de ser a janela para os consumidores saberem mais sobre o nosso segmento. Quem quiser sair na frente, tem que ir à Feiplastic.
José Ricardo Roriz Coelho, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Plástico (ABIPLAST).