Evento promovido pela ABIPLAST e pelo SINDIPLAST, em parceria com a Plásticos em Revista, contou com representantes do setor para discutir entraves

O 14º Seminário Competitividade, promovido pela Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST) e pelo SINDIPLAST, em parceria com a Plásticos em Revista, aconteceu na quinta-feira, dia 10 de outubro, no Hotel Meliá, e reuniu representantes da cadeia produtiva do plástico para dialogar sobre os desafios e oportunidades para aumento da competitividade de matéria-prima no país.

O presidente dos Conselhos da ABIPLAST e do SINDIPLAST, José Ricardo Roriz Coelho, abriu o evento destacando o aspecto mais relevante: as ações que a indústria tomará após o debate. “Precisamos ter em mente as medidas necessárias para aumentar a competitividade do nosso setor no Brasil. Atualmente, o país importa 33% das resinas plásticas da China. Uma questão importante é: como podemos nos tornar mais competitivos, atender plenamente o mercado interno e, ao mesmo tempo, desenvolver capacidade de exportação? Não podemos nos limitar apenas ao mercado doméstico, devemos também construir uma sólida presença no mercado internacional”, destaca.

Roriz também mediou o primeiro painel intitulado: “O futuro da petroquímica no Brasil”, que recebeu o especialista em polímeros na Argus Brasil, Frederico Fernandes, e o analista-chefe para o setor de petróleo, gás e petroquímica para o Santander, Rodrigo Almeida, para uma discussão sobre como a indústria brasileira de transformação pode capturar as vantagens do ambiente de oferta mundial de matérias-primas. Os palestrantes abordaram ainda como fica o mercado interno, diante de novos investimentos e ofertas mundiais, em meio a medidas protecionistas e ações antidumping. “Os desafios são enormes, mas ao longo do tempo temos demonstrado competência para enfrentá-los”, comenta Roriz.

O fundador do Grupo Fortymil e Plastimil, Ricardo Mason, o diretor-executivo da Abipla e Sipla, Paulo Engler, e o diretor comercial da Packseven, Fernando Morais, participaram da segunda mesa de debate do dia, mediada pelo Eduardo Berkovitz, Diretor de Relações Institucionais e Compliance da Valgroup, intitulada “Reciclados: coadjuvantes ou protagonistas na matriz dos transformados?”. Os convidados exploraram a importância de uma regulamentação realista e alcançável, para obrigatoriedade do uso de conteúdo reciclado, que deve estar prevista em decreto a ser publicado pelo governo federal. Os palestrantes destacaram que a reciclagem precisa se tornar economicamente viável para se tornar uma economia de escala efetiva. Caso os custos sejam elevados, a demanda será limitada a nichos específicos, impossibilitando a escala. Portanto, é necessário que a legislação apoie esse processo, gerando demanda suficiente para atrair investimentos e reduzir gargalos logísticos, de separação e coleta.

A relação entre o uso de plástico virgem e reciclado, bem como a influência da oferta sobre as decisões de mercado, foi o tema central da terceira mesa “Por que se toma a decisão de preço na escolha entre plástico virgem e reciclado? O que pode mudar essa postura?”, conduzida pelo Ricardo Hajaj, Diretor da Cimflex e coordenador da CNRPLAS, e contou com Osvaldo Barbosa de Oliveira Junior, especialista em Relações Institucionais, Governamentais e Sustentabilidade da ADS-Tigre; Dra. Marisa Padula, pesquisadora científica do ITAL; e Maximilian Yoshioka, diretor do Negócio PET da Indorama Brasil. A discussão enfatizou a necessidade de estratégias para aumentar a competitividade dos reciclados e promover o crescimento desse mercado no Brasil.

Ainda sobre o tema, Roriz enfatizou que, a longo prazo, a competitividade do setor de reciclagem poderá estar comprometida. “Com a quantidade crescente de resinas virgens que entrará no mercado, e considerando que o preço do plástico reciclado no Brasil está mais baixo do que o da resina virgem, estamos condenando a reciclagem no país a não crescer ao longo do tempo. Isso ocorre porque, aqui, o preço do reciclado é significativamente inferior ao da resina virgem, ao contrário do que acontece na Europa”, comentou o presidente da Associação.

O evento destacou a urgência de ações coordenadas para superar os desafios enfrentados pela indústria e reforçou a importância de promover a inovação e a sustentabilidade em toda a cadeia produtiva. O cofundador e presidente do Conselho de Administração da Lar Plásticos, André Novelli, o CEO da Wise, Bruno Igel, o presidente da ABREMA, Pedro Maranhão, com a mediação da diretora de Economia Circular da Braskem, Fabiana Quiroga, destacaram que o investimento e o esforço, a partir do poder público, são fundamentais para fortalecer a coleta seletiva e o encerramento dos lixões a céu aberto nos municípios, além da aproximação entre indústria e cooperativas de catadores de materiais plásticos, para que aumente a disponibilidade de resíduo plástico reciclável de melhor qualidade. Além disso, aspectos como o design das embalagens e produtos para facilitar a reciclagem e a regulamentação da logística reversa das embalagens, também foram mencionados.

Sobre a ABIPLAST
A Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST) representa as indústrias de transformação e reciclagem de plástico no Brasil desde 1967, atuando como um pilar fundamental para a competitividade e o crescimento do setor. Para isso, realiza ações que promovem novas tecnologias, novos processos, pesquisa de produtos com foco na sustentabilidade, entre outras. Há anos, a concreta implementação da economia circular na cadeia produtiva está no topo das prioridades da ABIPLAST. A entidade, referência no tema, desenvolve juntamente com seus associados ações que preparem os setores para a atual realidade que se delineia, avançando em direção a resultados efetivos. A ABIPLAST representa atualmente cerca de 14,1 mil empresas que empregam cerca de 379 mil pessoas.

Fotos do evento: Competitividade 2024 – fotos – Plásticos em Revista (plasticosemrevista.com.br)