Webinar abordou o Custo Brasil e a reforma tributária, com as presenças de Rodrigo Maia, Robson Braga de Andrade, Aguinaldo Ribeiro e Affonso Celso Pastore
O presidente do SINDIPLAST/ABIPLAST, José Ricardo Roriz Coelho, participou nesta quinta-feira do Webinar “Indústria em Debate: Custo Brasil e Reforma Tributária”, organizado pela Folha, CNI, Sesi e Senai. O evento também teve as presenças de Rodrigo Maia, presidente da Câmara, Robson Braga de Andrade, presidente da CNI, Aguinaldo Ribeiro, deputado e relator da reforma tributária no Congresso, e do economista e professor Affonso Celso Pastore. A mediação foi de Leandro Colon, diretor da Sucursal de Brasília da Folha.
A ideia de que o Brasil necessita de uma reforma ampla e corajosa foi unânime entre os participantes. Para Roriz, o país precisa de uma transformação profunda, que enfrente o enorme entrave de crescimento chamado Custo Brasil. A reforma tributária, lembrou o presidente, é o principal elemento dentro do quadro do Custo Brasil hoje.
“Sem dúvida, a agenda prioritária é atacar o problema, que afugenta os investimentos, tão necessários para incorporar novas tecnologias e desenvolver a indústria 4.0, fundamental na integração das cadeias de indústria, serviços e comércio”, afirmou Roriz, pontuando como o Brasil está atrasado na questão de inovação em relação a outros países.
Para exemplificar o tamanho do Custo Brasil, o presidente da ABIPLAST mencionou o estudo da Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec), que identificou que o Custo Brasil hoje, se comparado a média dos pais e membros da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), é superior a R$ 1,5 trilhão.
“Se nós não encararmos a questão de uma maneira bastante consistente e rápida, os investimentos não virão. A indústria, por exemplo, responde por 27% do investimento privado. O governo espera que o dinheiro venha da iniciativa privada. Mas como o setor vai investir em uma situação como essa?”, pergunta Roriz.
Para Roriz, a complexidade do sistema tributário é outro impedimento para o investimento no Brasil, sobretudo externo. Assim, o dinheiro acaba sendo alocado em países com sistemas fiscais mais simples. O presidente do SINDIPLAST/ABIPLAST mencionou a diferença de tempo gasto para a preparação dos impostos. As empresas na OCDE gastam 92% menos tempo do que no Brasil para preparar seus impostos (são 162 horas/ano na média da OCDE em comparação com 1958 horas/ano aqui no Brasil).
Por fim, José Ricardo Roriz Coelho ressaltou a urgência para a realização da reforma tributária. “Não é a reforma do governo, da Câmara, do Senado ou de algum setor específico. É uma reforma para o Brasil, para o país voltar a atrair investimento e voltar a crescer”, destacou o presidente do SINDIPLAST / ABIPLAST.