A reciclagem só ganhará escala no Brasil quando virar um bom negócio para todos os elos da cadeia. Essa foi uma das conclusões do primeiro encontro da Rede Empresarial de Cooperação para o Plástico, promovido pela ABIPLAST, com o apoio do SINDIPLAST, no dia 16 de abril que reuniu representantes da indústria petroquímica, de transformados plásticos e de consumo, cooperativas e recicladores.

Dentre os pontos debatidos, a necessidade de uma estrutura que contemple o uso do material reciclado em produtos de alto valor agregado e seja competitivo financeiramente, foi consenso entre os presentes.

O coordenador da Câmara de Reciclagem da entidade, Ricardo Hajaj, ressaltou a dificuldade de agregar valor ao material plástico reciclado, e que esse precisa ter qualidade e preço. A desvalorização do reciclado traz um outro problema: o da logística. Há casos em que o custo do transporte é maior que o do material transportado.

“Precisamos mostrar ao consumidor o potencial e as qualidades do material reciclado, inclusive para o meio ambiente, para que ele deixe de ser visto como um produto de segunda categoria”, completou Hajaj.

Para os representantes das cooperativas seria importante que a indústria conversasse com os cooperados antes de desenvolver uma embalagem, pois diminuiria a quantidade de produtos sem potencial de reciclabilidade. Essa comunicação precisa ser encarada como parte do negócio, pois tem muito resíduo que não é reciclado porque não tem valor.

A necessidade de criar uma comunidade, com representantes de toda a cadeia, a importância do poder público, tanto no desenvolvimento de uma legislação tributária que fomente a reciclagem, quanto na implantação de uma coleta seletiva eficiente, também foram demandas apontadas pelos participantes. O próximo encontro está agendado para o dia 17 de maio, e terá como tema a economia circular.